Secretário de Segurança revela como foi o seqüestro
de Pedro Paulo
A quadrilha era extremamente organizada e a forma
de comunicação do sequestro foi usada uma só vez no Brasil, no estado do Paraná
"Sou o garoto sequestrado no Maranhão, liguem
para meu pai", dizia o último bilhete feito pelos sequestradores. (Foto:
Joyce Magalhães)
Logo após a apresentação dos três acusados do
sequestro de Pedro Paulo, o secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio
Mendes, esclareceu várias dúvidas como a questão do pagamento do resgate,
cativeiro e mandantes do crime. Inicialmente, o secretário agradeceu o empenho
das polícias do Tocantins, Maranhão e Pará, além do Ministério Público do
Maranhão e Poder Judiciário.
O secretário disse que o importante era dizer que a
vida do menino foi preservada e que desde o primeiro momento sabia onde o
garoto estava cativo. Todavia, a informação foi guardada em sigilo para que o
menino pudesse ser libertado. “Nós temos a consciência de que a vida é o mais
precioso e somente a partir do momento que ele foi solto é que efetivamos a
operação e conseguimos prender parte da quadrilha. A outra parte é questão de
tempo”, revelou.
Durante
a coletiva, Aluísio Mendes novamente ressaltou que a polícia aguardou a
negociação ser feita para que pudesse efetivar a prisão dos criminosos. Ele
disse que quadrilha foi comandada por um elemento extremamente perigoso, com
mais de 10 mandados de prisão entre eles sequestro, assalto e homicídio. E este
elemento é procurado em todo o Brasil e que já foi identificado, todavia não
iria divulgar nome.
Planejamento - “O
sequestro foi planejado por um ex-funcionário do pai do menino, Jurandir
Mellado”, disse o secretário. Em seguida afirmou que o ex-funcionário além de
idealizar o sequestro, convidou bandidos perigosos para executarem o sequestro.
“O sequestro tem algumas nuanças muito características de uma quadrilha
extremamente organizada, toda a comunicação era feita via chip de memória ,
eles gravavam no chip de memória as mensagens, então é uma forma de comunicação
em crime de sequestro usada só uma vez no Brasil no estado do Paraná e feita
agora aqui no Maranhão”, revelou o secretário de segurança.
A outra forma de comunicação eram potinhos com
bilhetes que eram deixados em pontos específicos onde as pessoas ou o pai da
criança eram comunicadas de que havia um aviso em tal lugar. “Então era uma
quadrilha muito bem organizada, bem preparada, uma quadrilha extremamente
perigosa e que graças a esse trabalho extremamente técnico e profissional foi
desmontada”, enfatiza o secretário.
Potinhos com bilhetes era uma das formas de comunicação utilizada pelos sequestradores. (Foto: Rodrigo Reis)
“Em linhas gerais, nós já temos cinco presos, dois
presos na cidade de Marabá (que foram apresentados agora) , um preso na cidade
de Imperatriz (que é o ex-funcionário do senhor Jurandir, pai do menino Pedro)
e mais dois foram presos no TO , no local do cativeiro que estão nesse momento
com a polícia do TO sendo ouvidos. Nós temos ainda mais quatro mandados de
prisão para serem cumpridos e que já estão em efetivação. As polícias do TO,
PA, MA e GO já estão empenhadas na prisão desses quatro elementos , são três
homens e uma mulher que estão foragidos. É uma questão de tempo a prisão
deles”, assegura Aluísio Mendes.
Questionamentos da imprensa ao secretário
de segurança pública: Quanto em
dinheiro foi oferecido para os sequestradores?
R$ 100 mil reais foram recuperados. (Foto: Rodrigo Reis)
“O sequestro teve o preço de 500 mil reais, esse
dinheiro foi integralmente pago pela família e volto a frisar, foi um pagamento
todo monitorado pela polícia. Nossa preocupação era que o dinheiro fosse
entregue e com isso o pequeno Pedro Paulo fosse solto. Antes disso, nós nos
asseguramos e pedimos provas de vida de que ele estava vivo antes de conceder
esse dinheiro, e a partir do momento que tivemos toda a certeza de que ele
estava vivo nós permitimos que o dinheiro fosse pago, e monitoramos a quadrilha
a partir do pagamento desse dinheiro.
Nós conseguimos recuperar 100 mil reais, porque
parte do dinheiro está dividido entre os outros membros quadrilha, sendo um
deles o principal elemento da execução, que ainda está em liberdade, que levou
50% desse dinheiro”.
Em que momento os sequestradores fizeram
contato com a família?
“Os contatos foram feitos desde o primeiro momento
do sequestro, nós não divulgamos isso. A polícia usou isso como estratégia e é
importante que vocês entendam isso; em algumas investigações o sigilo é
fundamental e a policia tem que trabalhar com esse sigilo porque corre o risco
de toda uma investigação ficar comprometida se algumas informações vierem a
público. Então esse contato estava acontecendo de maneira frequente como disse
pra vocês, através de chips de memória, e através dessa forma de comunicação:
potes com esses bilhetes eram abandonados em pontos estratégicos e era
comunicado onde eles estavam. Então nós estávamos omitindo esse detalhe pela
necessidade de manter o sigilo para preservar vida do Pedro Paulo”.
Como essas informações foram diferenciadas
dos inúmeros trotes?
A polícia tem uma maneira de filtrar, justamente
pela forma de comunicação de uma quadrilha extremamente profissional que só se
comunicava por meio do chip de memória ou por esses bilhetes deixados nesses
potes. Então qualquer outra informação que não chegava por esses meio, era
totalmente descartável.
Quais as condições do cativeiro?
“Nós vamos falar de maneira genérica, por que
os delegados continuam na investigação, como eu disse, ainda existem pessoas
que serão presas em breve, já estão com os mandados de prisão expedidos. O
cativeiro era num pequeno povoado em uma área rural. No cativeiro tinha sempre
um dos sequestradores e uma mulher que levava alimentação e cuidava do pequeno
Pedro Paulo. Também já identificada e com a prisão decretada”.

Bruno Francisco. (Foto: Rodrigo Reis)
Mais informações do mandante do crime? – “A
pessoa que organizou o sequestro deu todas as informações sobre a vida do
Jurandir, pai de Pedro Paulo, e informou inclusive a restrição alimentar de que
o menino tinha. Por isso, a quadrilha teve inclusive essa preocupação afim de
que o menino não viesse a perecer durante o período no cativeiro”
“Quem deu toda a informação sobre a vítima, que
seria o pequeno Pedro Paulo, foi dado como um ex-funcionário que foi demitido e
montou outro negócio. E quem em algum momento teve problema entre patrão e
funcionário. Em função disso, já era uma pessoa com histórico de violência, já
tem alguns inquéritos por tentativa de homicídio. Por conhecer a rotina da vida
e as finanças do comércio do pai de Pedro Paulo, tramou esse sequestro,
inclusive dando o valor específico que deveria ser cobrado, de que o pai do
garoto tivesse condição de levantar naquele pequeno espaço de tempo. Num
primeiro momento foi ventilado um valor maior, mas ele (ex-funcionário) disse
que Jurandir não tinha condição de pagar. Então, ele deu todas as informações,
foi o grande responsável pela organização do sequestro. Embora quem efetivou
foi um bandido perigoso procurado em todo Brasil”, finalizou o secretário
Aluísio Mendes.
Joyce Magalhães e Rodrigo Reis – dominuto.com
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